terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

VOLUNTARIADO


Lazer
Várias famílias aproveitaram a manhã de domingo para passear com os filhos e os animais de estimação. Alguns também aproveitaram a aula de Zumba, promovida em parceria com a Secretaria de Esporte, e a prática do Muay Thai, também conhecido como boxe tailandês.
Teve ainda quem aproveitou para praticar o slackline, andar de bicicleta, patins, patinete, skate, correr ou caminhar pela Paraná. A criançada teve espaço garantido, com brinquedos e atividades esportivas na quadra da pista de caminhada.


Trata-se de um projeto da prefeitura com objetivo de promover saúde e fortalecer os laços familiares. Considero uma iniciativa sensacional e deveria ser promovido em outros espaços da cidade. É aberto tanto para  população em geral como para empreendedores que queiram prestar voluntariado para a comunidade.

Me motivou: Gosto do voluntariado, desde que me entendo por ser humano, acredito que o ajudar o próximo pode ser terapêutico para quem o pratica, não somente por ser religioso, mas por ser um profissional da saúde e poder ajudar quem precisa é gratificante. Outro ponto importante é que como profissionais de saúde em uma determinada região, ganhamos para atender as pessoas, sim, também pagamos nossos impostos para tal, muitas vezes até enriquecemos às custas daquela população (não é o meu caso), porém nos esquecemos de uma coisa chamada "Responsabilidade social", e o voluntariado é uma forma de retribuir à sociedade. Escolhi esse projeto "Domingo na rua" devido a oportunidade de fazer parte de uma associação de fisioterapeutas, e pensei na possibilidade de motivar outros profissionais fisioterapeutas a dedicarem um momento para praticar voluntariado, foi quando procurei a organização do projeto e coloquei à disposição um estande de atendimentos de fisioterapia para a comunidade. Durante o segundo semestre de 2019 estivemos quase todos os domingos na avenida Paraná no centro de Foz do Iguaçu atendendo a população com técnicas de relaxamento, alongamentos, fortalecimento, auriculoterapia, massagem, podologia, avaliação fisioterapeutica, dermatofuncional, pilates, osteopatia. Apesar de ser um projeto da prefeitura, não teve vínculo algum com o programa de residência, durante a semana trabalhava normalmente e aos fins de semana dedicava ao voluntariado.

Saúde na escola

Gratidão

As ações do NASF-AB não se restringem apenas as comunidades e unidades de saúde, mas também em instituições diversas, desde que promova saúde. As escolas são um importante espaço de educação em saúde, já que o desenvolvimento escolar promove a interação familiar e mudanças no comportamento humano, a transformação. Em se falando de saúde pública, a transformação de pensamento é um desafio, mudar a concepção biomédica, por exemplo, sempre foi muito difícil. Para tal, é preciso que as pessoas tenham a consciência que para melhorar a saúde é preciso cuidar de alguns hábitos de vida, e isso requer muitas vezes uma transformação de pensamento que não fácil. A maioria prefere ficar em sua zona de conforto e conceitos ideológicos, do que abrir mão de algo que o acompanha a vida toda, como é o caso do cigarro e tantos outros vícios. 

Aprendi, através de uma vivência numa escola municipal onde fomos fazer uma ação sobre Educação em Saúde o quanto a criança tem potencial de aprendizado e pode se tornar um multiplicador disso. A atividade chamada de dinâmica das forças traz como objetivo principal conhecer o que é prejudicial à saúde e o que pode ser benéfico, as crianças tinham uma corda simulando um cabo de guerra onde de um lado eram colocados crianças identificadas com bons hábitos de saúde e de outro lado com maus hábitos. Ao final tinham que poder identificar qual lado deve ser mais forte apesar das tendências humanas e industriais do cotidiano. No dia seguinte recebi esta carta de agradecimento de uma criança, aliás recebemos de várias crianças, algumas direcionadas com nossos nomes, outras direcionadas à equipe. Foi emocionante receber esta carta, não foi à toa que a escolhi para representar as demais, pois além de perceber que a imagem ficou gravada em sua mente, nos pediu para voltar, e isso me diz que alcançamos nosso objetivo.

Sala de aula


A sala de aula continua sendo um instrumento eficaz do aprendizado. No programa de residência multiprofissional da UNILA assistimos semanalmente aulas durante a semana, elas acontecem no prédio do ginásio da unila na sala 101, este ano aconteceram entre segundas e terças feiras. Os conteúdos são ministrados de acordo com o plano do curso e complementam a prática em serviço com cerca de 20% do curso. É fundamental que a vivência no serviço, que compreende a prática do curso, seja complementada e discutida com a teoria em sala de aula, dessa forma o pós graduando consegue enriquecer seu aprendizado e possibilitar conteúdos relevantes para discussão no que refere à saúde pública da região. Destaco aqui as disciplinas de epidemiologia, COMUS e vivência hospitalar, que particularmente trouxeram muito conhecimento e vivência in loco. 

Aprendi: Destaquei algumas disciplinas que apesar de serem teórico-práticas acabam por enriquecer em muito o conhecimento teórico, pois são vivenciadas in loco. No hospital municipal foi possível conhecer a relação que existe entre a Atenção Primária e a terciária. Percebeu-se que não existe uma comunicação eficaz e isso traz desconfortos desnecessários ao usuário da rede, como por exemplo a referência e contra referência que continua sendo um desafio na rede, também as informações de alta hospitalar não são suficientes pra que o usuário entenda onde e como dar seguimento ao seu processo de recuperação integral, inclusive este item escolhemos como trabalho final da disciplina onde foi construído um foldem explicativo do fluxo da Atenção Básica. Outra fonte de rico aprendizado foi a participação no COMUS, aliás, confesso que aprendi bem mais sobre saúde pública no COMUS do que na própria sala de aula. Muitos desafios que o município de Foz do Iguaçu enfrenta hoje na saúde se deve a muitos entraves políticos e de gestão do passado e são refletidas no presente. Conhecer esses entraves nos faz refletir sobre os desafios que temos lá na ponta, o que infelizmente acaba por "espirrar" no profissional de saúde e consequentemente no usuário do SUS. 

Sugestão: Que não só o hospital seja um momento de encontros de discussão, mas outros espaços públicos de saúde (CER IV, UPAS, CAPS, prestadores, etc.) também possibilitem o conhecimento do fluxo e da realidade de cada um, só assim poderemos ajudar melhor os entraves do serviço, quando passamos a conhecer melhor. Outro ponto é que estes momentos sejam compartilhados entre os R1 e R2 e não somente entre R1 como acontece, e se houver a presença em outros espaços de saúde, que seja num período maior, não sendo somente em um semestre. Em relação ao COMUS sugiro que não seja apenas em um semestre com a obrigatoriedade de "x" vezes, mas que ao menos a cada três meses o residente pudesse participar até o final do curso. Não por eu ser também um conselheiro municipal, mas pelo aprendizado, até porque muitas demandas da saúde pública, seus entraves, e importantes discussões sobre o SUS passam pelo COMUS.  

FÉRIAS

Merecidas férias


Puxa! como foi bom as férias!

O Programa de Residência Multiprofissional de Saúde da Família estabelece o direito de férias uma vez por ano, totalizando duas férias durante o período de dois anos do curso. O problema é que as férias não são remuneradas, ou seja, você recebe apenas o pagamento mensal (bolsa) sem receber o salário adicional com direitos trabalhistas, como acontece normalmente pelos direitos da CLT. Isso porque o programa de residência é em sistema de bolsista, que atualmente o MEC paga R$ 3.330,43 e desconta R$ 366,34 de previdência social pra ser exato. Recentemente iniciou-se uma discussão no Ministério da Saúde sobre o reajuste dos valores das bolsas dos residentes.

<https://www.saude.gov.br/noticias/sgtes/46332-ministerio-da-saude-debate-valor-das-bolsas-de-residencia>.

"Reconhecemos a defasagem no valor das bolsas e sabemos da importância dos residentes como força de trabalho dentro do SUS e da responsabilidade de escolha pela formação especializada. Já temos um estudo sobre a possibilidade de fazer a correção de perdas salariais e a proposta já está em andamento”

"O diretor do Departamento de Gestão do Trabalho em Saúde, da Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde (DGTES/SGTES), Alessandro Vasconcelos, representando a Secretaria Mayra Pinheiro, explicou que atualmente o valor da bolsa é de R$ 3.330,43. Uma das propostas é que seja feita a reposição das perdas financeiras relativas ao período 2016-2020 estimada em 14,21%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)".

"Os programas de Residência em Saúde têm como objetivo apoiar a formação de especialistas em regiões e áreas prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS). Até 2019, foram ofertadas 9.613 bolsas para Residência Médica e 5.076 para Residência em Área Profissional, ambas destinadas ao primeiro ano de atuação profissional."

A fonte dessas informações se encontram no link acima, e estão disponíveis no site oficial do Ministério da Saúde. Em contrapartida existe uma informação, ainda não oficial, de um possível reajuste a partir deste ano (imagem).

Esperamos que realmente seja fake news, pois reajustar os impostos para mais, sem reajustar o valor da bolsa, seria no mínimo uma "sacanagem".  

Vale ressaltar que o residente multiprofissional hoje cumpre uma carga horária de 5760 (cinco mil setecentos e sessenta) horas, o que distribuídos semanalmente, dão cerca de 48 semanais + 12 horas mensais de sala de aula.

Reflexão: Pessoalmente não posso reclamar. Qualquer curso de pós graduação hoje no país é pago, mesmo nas universidades públicas. Sempre paguei pra estudar, até mesmo nas universidades públicas agente sempre gasta muito pra estudar (aluguel, alimentação, xerox, livros, equipamentos, congressos, eventos, etc.), e agora estou recebendo pra estudar, isso sem dúvida é confortante. Mas confesso que é extenuante, tem o seu preço. Percebo pela fisionomia de alguns colegas quando nos encontramos, e seus relatos de estresse, staf mental, cansaço físico, e constante adoecimento. Não tenho adoecido, mas desde o início da residência tenho presenciado colegas tendo que se afastar por motivo de adoecimento, porém não temos direito a atestado médico, sim, essas horas de faltas temos que repôr. É claro que todos esses requisitos estão expressos no edital da residência, e estamos cientes de todos eles. Então se você quer ser um residente algum dia esteja ciente disso. Terá que se submeter a muito trabalho e estudo. Como disse inicialmente não estou reclamando, e já justifiquei, estou apenas sendo solidário com meus colegas, que muitos não têm o mesmo pensamento.

CINE SAÚDE



A iniciativa do Cine Saúde surge através de uma reunião de equipe do NASF-AB, onde uma psicóloga e nutricionista pensaram em como falar do tema de saúde sem necessariamente através de uma roda de conversa, que fosse algo atrativo e visual, mas que pudesse de fato ficar gravado na memória do público alvo. Foi então que tive o privilégio de nomear a ideia, "...por que não Cine Saúde?!"... a sugestão foi logo aceita e então se oficializou o programa que em um mês já estava acontecendo na prática. O primeiro Cine Saúde aconteceu no Centro da Juventude no bairro Naipi e reuniu cerca de 80 pessoas entre jovens e idosos em sua maioria. Desde então foram exibidos outros três encontros promovidos pelo NASF-AB Leste que recebeu destaque inclusive na mídia <https://www5.pmfi.pr.gov.br/noticia/42922>

Sugestão: Que outras regiões da cidade também multiplique a ideia, pois abordar questões da saúde pública não é tão fácil quanto parece. Requer criatividade e dedicação, já que a maioria da população desinformada não possui um bom grau de escolaridade, o cine saúde pode promover a saúde de forma prática permitindo que a população vivencie uma determinada situação de saúde simulando a realidade, o que um filme pode proporcionar. 

Reflexão: Muitos conflitos sociais, políticos, emocionais e de saúde física são de fato uma constante na vida de alguém, a indústria cinematográfica tem um potencial enorme de empoderamento e influência positiva na vida das pessoas. Através do olhar, lágrimas, questionamentos, depoimentos, pude perceber o quanto muitas pessoas estão tentando lutar sozinhas. O adoecimento é sem dúvida o maior sofrimento que uma família pode ter, e por ser um processo, acaba por degenerar gradativamente a saúde mental do indivíduo. Todos nós temos nossas lutas pessoais, mas quando a saúde é afetada, as coisas se tornam bem diferentes. A saúde pública ainda é um desafio a ser melhorado, concordo, porém é preciso que as pessoas possam se "empoderar" do seu próprio cuidado, a isso chamamos de autocuidado. Momentos como esse de reflexão e motivação podem com certeza trazer novas perspectivas de vida para a população. Parabéns aos idealizadores e toda equipe envolvida na realização do cine saúde.

Tema do TCR


Em meados de julho de 2019 surge a ideia de criar uma revista digital que pudesse motivar os profissionais de saúde a publicarem suas ações de Boas Práticas em saúde e que essas ações não ficassem no anonimato. A partir daí, com iniciativa do NASF-AB, e criação de um residente fisioterapeuta, os primeiros passos foram traçados para sua elaboração. Ainda em agosto foi apresentado a proposta para a equipe NASF-AB e em setembro foi aceito e aprovado pelo gestor municipal para ser indexado no portal da prefeitura municipal pela secretaria de saúde. No mês de janeiro foi publicado a primeira edição da revista digital com 12 artigos, graças ao esforço e dedicação da equipe. <https://www5.pmfi.pr.gov.br/admin_foz/downloads_setores//proc_sele_20200201000359.pdf>

Me motivou: A revista digital foi escolhida como tema do meu TCR para analisar o quanto ela pode influenciar e promover a Educação Permanente em Saúde entre os profissionais da Atenção Primária, já que muitas ações são realizadas, porém não são reconhecidas pela população e gestão.

Aprendi: É preciso continuar colocando em prática minhas habilidades de pesquisador, percebo que isso eleva ainda mais meu conhecimento no campo da pesquisa. Não somente pelo TCR, mas saber que existe mais um banco de dados totalmente acessível e que minhas ações práticas na saúde pública podem se tornar um acervo científico, é no mínimo animador.

Para melhorar meu aprendizado, meu projeto de TCR ainda está em fase de amadurecimento, muitos ajustes precisam ser feitos, assim que concluídos, serão analisados os resultados que a revista pôde trazer em benefício da Educação Permanente em Saúde.

Sugestão: Que os artigos publicados sejam abordados em reuniões de equipes para estudo de casos, problematização, e PTS (plano terapêutico singular).

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Estratégias do NASF-AB Sul

A vinda da "nova" servidora pública que integrou a equipe do NASF-AB trouxe muitas expectativas para as atuações na região sul da cidade. Por se tratar de uma colega com experiência na Atenção Primária as expectativas foram ultrapassadas. Essa experiência se deve ao fato de a fisioterapeuta ter sido residente multiprofissional pelo NASF-AB, porém teve que abrir mão da residência devido o chamamento do concurso. Nesta ocasião a mesma apresentava suas estratégias de ação para sua nova atuação, o que nos deixou bastante satisfeitos com as propostas apresentadas. A partir do último trimestre de 2019 a região sul de Foz do Iguaçu passa a ter novamente ações do NASF-AB de forma mais intensa. A expectativa é de que em 2020 sejam aumentadas as equipes para melhor alcance das ações em saúde.

Me motivou: A me qualificar ainda mais para numa breve oportunidade poder concursar e atuar como servidor efetivo, e dispondo de conhecimentos sólidos para oferecer à população.

Sugestão: O programa de Residência Multiprofissional não permite o vínculo empregatício durante o curso, porém acho que deveria ser revisto a situação de o R2 em seu último ano da residência poder com banco de hora suprir as horas pendentes e permitir que seus alunos possam assumir um concurso público sem perder a residência justo faltando alguns meses para seu término. Isso tem sido recorrente e precisa ser revisto.