A sala de aula continua sendo um instrumento eficaz do aprendizado. No programa de residência multiprofissional da UNILA assistimos semanalmente aulas durante a semana, elas acontecem no prédio do ginásio da unila na sala 101, este ano aconteceram entre segundas e terças feiras. Os conteúdos são ministrados de acordo com o plano do curso e complementam a prática em serviço com cerca de 20% do curso. É fundamental que a vivência no serviço, que compreende a prática do curso, seja complementada e discutida com a teoria em sala de aula, dessa forma o pós graduando consegue enriquecer seu aprendizado e possibilitar conteúdos relevantes para discussão no que refere à saúde pública da região. Destaco aqui as disciplinas de epidemiologia, COMUS e vivência hospitalar, que particularmente trouxeram muito conhecimento e vivência in loco.
Aprendi: Destaquei algumas disciplinas que apesar de serem teórico-práticas acabam por enriquecer em muito o conhecimento teórico, pois são vivenciadas in loco. No hospital municipal foi possível conhecer a relação que existe entre a Atenção Primária e a terciária. Percebeu-se que não existe uma comunicação eficaz e isso traz desconfortos desnecessários ao usuário da rede, como por exemplo a referência e contra referência que continua sendo um desafio na rede, também as informações de alta hospitalar não são suficientes pra que o usuário entenda onde e como dar seguimento ao seu processo de recuperação integral, inclusive este item escolhemos como trabalho final da disciplina onde foi construído um foldem explicativo do fluxo da Atenção Básica. Outra fonte de rico aprendizado foi a participação no COMUS, aliás, confesso que aprendi bem mais sobre saúde pública no COMUS do que na própria sala de aula. Muitos desafios que o município de Foz do Iguaçu enfrenta hoje na saúde se deve a muitos entraves políticos e de gestão do passado e são refletidas no presente. Conhecer esses entraves nos faz refletir sobre os desafios que temos lá na ponta, o que infelizmente acaba por "espirrar" no profissional de saúde e consequentemente no usuário do SUS.
Sugestão: Que não só o hospital seja um momento de encontros de discussão, mas outros espaços públicos de saúde (CER IV, UPAS, CAPS, prestadores, etc.) também possibilitem o conhecimento do fluxo e da realidade de cada um, só assim poderemos ajudar melhor os entraves do serviço, quando passamos a conhecer melhor. Outro ponto é que estes momentos sejam compartilhados entre os R1 e R2 e não somente entre R1 como acontece, e se houver a presença em outros espaços de saúde, que seja num período maior, não sendo somente em um semestre. Em relação ao COMUS sugiro que não seja apenas em um semestre com a obrigatoriedade de "x" vezes, mas que ao menos a cada três meses o residente pudesse participar até o final do curso. Não por eu ser também um conselheiro municipal, mas pelo aprendizado, até porque muitas demandas da saúde pública, seus entraves, e importantes discussões sobre o SUS passam pelo COMUS.
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