domingo, 6 de outubro de 2019

MATRICIAMENTO

 Matriciamento de gerentes das UBS

Ainda é um termo pouco conhecido e compreendido pelo serviço de saúde como um todo. Pra ser mais simples, é um método de "treinamento", ou seja, “matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica” (Ministério da Saúde, 2011, p. 13)

Entende-se por matriciamento, o suporte realizado por profissionais e diversas áreas especializadas dado a uma equipe interdisciplinar com o intuito de ampliar o campo de atuação e qualificar suas ações. (FIGUEIREDO apud SILVA; LIMA; ROBERTO; BARFKNECHT; VARGAS; KRANEN e NOVELLI, 2010).


O apoio matricial, formulado por Gastão Wagner em 1999, tem possibilitado, no Brasil, um cuidado colaborativo entre a saúde mental e a atenção primária (Ministério da Saúde, 2011 p. 13), e essa relação amplia a possibilidade de realizar a clínica ampliada e a integração e diálogo entre diferentes especialidades e profissões (CAMPOS e DOMITTI apud Ministério da Saúde, 2011).
Gastão Wagner Souza Campos (2001) aponta para essas questões através da conceituação de Apoio Paidéia. Segundo o autor, no Apoio Paidéia a execução das funções de gestão devem ser realizada entre os sujeitos, pois o não reconhecimento da gestão como produto da interação entre as pessoas acarretará na reprodução das formas burocratizadas de trabalho, o que gera um empobrecimento da subjetividade e dos fatores sociais dos trabalhadores e usuários (CAMPOS, 2001). Ou seja, o conceito de Paidéia está inteiramente relacionado à palavra que é de origem Grega e significa o desenvolvimento do ser humano de forma integral (formado pelo olhar direcionado a saúde, a educação, as relações sociais, o ambiente e o respeito as diferenças entre as pessoas e os grupos). (CALDAS & ELLER).
O Ministério da Saúde propõe, através do projeto Humaniza SUS, uma articulação entre a Atenção Básica e a Saúde Mental, “designando o trabalho a ser feito no processo de viabilizar o acesso à saúde e a qualificação dos cuidados” (SILVA; LIMA; ROBERTO; BARFKNECHT; VARGAS; KRANEN e NOVELLI, 2010, p. 1). Sendo assim, o trabalho na Atenção Básica “ocupa um lugar estratégico no desenvolvimento das ações em saúde” (SILVA; LIMA; ROBERTO; BARFKNECHT; VARGAS; KRANEN e NOVELLI, 2010, p. 1).
Entretanto, os sistemas de saúde, tradicionalmente, se organizam de forma hierárquica, havendo uma transferência de responsabilidades ao encaminhar um caso de um serviço para o outro. Deste modo, torna-se precária, difusa e, em alguns momentos, inexistente a comunicação entre os serviços, que quando ocorre é através de informes escritos (encaminhamento, parecer, formulário de contra referência, etc.) e não oferecem uma boa resolução para os casos. Contudo, esse novo modelo integrador – o modelo matricial – busca transformar essa lógica tradicional, tecnicista, burocratizada e pouco dinâmica através de atividades que propiciam a integração dos profissionais e de seus saberes.

É perceptível a dificuldade dos profissionais de conseguirem consolidar uma equipe interdisciplinar que busca trabalhar coletivamente e em parceria com os demais serviços ligados a ela. São as más condições de trabalho e salários e equipes com imensa rotatividade, talvez as dificuldades mais citadas. Porém é importante compreender que algumas estratégias criadas em prol do sistema de saúde funcionam inclusive como apoio diante dessas questões, pois o matriciamento, a educação popular, o acolhimento são ferramentas que se bem trabalhadas poderão inclusive ajudar a população a perceber a importância desses dispositivos e, talvez, instrui-los criticamente para lutar por seus direitos.
O que não se pode negar é que de fato o maticiamento e tantas outras ações realizadas coletivamente, apesar da dificuldade de serem exercidas, contribuem imensamente ao profissional que se sente reconhecido diante dessas ações e à sociedade que só tem a ganhar com as intervenções realizadas.

Aprendi: Que o matriciamento, nada mais é do que o diálogo permanente entre profissionais da saúde de forma interdisciplinar e multiprofissional.


Para melhorar meu aprendizado: Compreender na prática, como essa estratégia pode ser eficaz na melhoria do serviço público de saúde em Foz do Iguaçu.

Reflexão: Ainda existe uma barreira muito forte entre as equipes de ESF e UBS tradicionais em compreender a importância da Educação Permanente no processo de trabalho em saúde, e o diálogo interdisciplinar como fator de melhoria no estreitamento das ações de saúde para junto da equipe (corresponsabilidade), como isso facilitando o trabalho da equipe e sendo mais resolutivo nos serviços prestados à população.

Nenhum comentário:

Postar um comentário