TRABALHADORES RESIDENTES PRECISAM TER DIREITO À SAÚDE
◀ Nos encontramos atualmente em uma situação de pandemia. Isolamento social tem sido o indicado para todas as pessoas que trabalham em serviços não essenciais. O COVID-19 apresenta uma alta taxa de contágio: casos suspeitos e confirmados tem aumentado exponencialmente todos os dias. O governo do estado do Rio Grande do Sul decretou no dia 19 de março estado de calamidade pública.
◀ Os residentes em saúde seguem em seus campos de trabalho. A determinação do ministério da saúde é de que continuemos trabalhando. Seguimos atendendo a população na atenção básica, na saúde mental e nas internações hospitalares, bem como atuando nas ações de vigilância sanitária. O contraditório é que somos trabalhadores da saúde aos olhos das entidades contratantes apenas quando as convém, pois na hora de garantir os devidos direitos trabalhistas nos é negado por sermos entendidos como estudantes de pós graduação.
Estamos atuando de forma bastante exposta e em alto risco de contágio pelo COVID-19, porém não recebemos nenhum tipo de insalubridade, muitas vezes faltam equipamentos de proteção individual (inclusive para os trabalhadores do serviço) e nem mesmo direito de afastamento, no caso de ter os sintomas respiratórios característicos do novo corona vírus, ou fazer parte dos grupos de risco.
◀ Enquanto residentes em saúde não temos nenhuma garantia de direito à saúde! Alguns programas não garantem direito a atestado médico sem desconto na bolsa-salário e, na maioria dos programas, temos que pagar as horas referentes a esses atestados ao fim da residência. Somos trabalhadores da saúde, mas não temos o direito de adoecer! Estamos expostos a um grande risco de contágio e precisamos de direitos garantidos e do compromisso dos programas de residência em resguardá-los.
◀ Defendemos que os residentes em saúde tenham direito a afastamento do trabalho em caso de atestado médico ou com sintomas respiratórios suspeitos de COVID-19, sem prejuízo de qualquer tipo - que dias de atestado não sejam descontados e que as horas referentes a eles não precisem ser compensadas posteriormente.
▶ Coletivo Gaúcho de Residentes em Saúde
Link: https://www.facebook.com/forumresidentesnacional/
Me motivou: As indagações referidas pelo Fórum Nacional de Residentes de Saúde publicado no dia 21 de março de 2020, disponível no link acima, apenas retratam a indignação de todos os residentes do país. Sou voluntário e não abro mão disso em quaisquer situação que envolva a saúde da população. Porém como residente tenho um papel fundamental de aluno em serviço, de fato, a verdade é que quando convém, hora somos alunos, hora somos profissionais, na essência da palavra. Volto a ressaltar, sempre vou me considerar um "aluno" para a vida, não é esse o caso, o serviço público de saúde precisa ser coerente. ESTÁ NA HORA DE MUDAR OS REGIMENTOS DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NO PAÍS, e o principal, que aliás é inconstitucional, é o de não aceitar atestado por motivo de saúde, não interessa se existe uma bolsa de estudo, se uma pessoa adoece por motivo justo, não pode ficar devendo horas de trabalho por isso. ESTÁ ERRADO! Pensar assim, é regredir no tempo, e não pode continuar. O maior absurdo que estou vivenciando no momento é ouvir de nossos coordenadores, professores e preceptores (alguns) usando este argumento de que "é assim, sabiam que era assim, e vai continuar sendo assim". Muito triste!
Nenhum comentário:
Postar um comentário