Oportunidades que se abriram pós residência!

Posso dizer com muito orgulho que, após a residência muitas oportunidades de trabalho surgiram. Foi impressionante como meu currículo foi valorizado quando concluí a residência multiprofissional. Acho que o maior benefício da formação em serviço foram as oportunidades de conhecer e atuar em diversos segmentos públicos, não só de saúde, mas de segurança pública, educação, assistência social e outros.
Essa gama de atuações, sem medir esforços, me proporcionou o reconhecimento quando terminei a residência. A primeira proposta de emprego veio para atuar no hospital Ministro Costa Cavalcanti, aliás o maior hospital da região oeste do Paraná, administrado pela ITAIPU Binacional. Na verdade, já realizava alguns trabalhos de ergonomia para esse hospital na época, junto à uma colega ergonomista (Anália Lopes), que por sinal, me ajudou muito no início de minha trajetória profissional em Foz do Iguaçu. Mas com a finalização da residência, tenho a impressão que fui bem mais valorizado e minha contratação então efetivada. Hoje atuo como Fisioterapeuta do Trabalho e Ergonomista neste hospital no setor do SESMT (Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho).
Na sequência, recebi o convite para atuar como Fisioterapeuta Supervisor de Estágio, na Faculdade Dinâmica das Cataratas - UDC Anglo, uma das mais conceituadas universidades privadas da região. Foi como supervisor de estágio que pude colocar em prática os grupos terapêuticos que havia trabalhado durante os anos como residente, que aliás, foi uma experiência muito marcante. Nesse período da residência aprendi o importante papel da fisioterapia coletiva e o quanto ela pode ser usada como ferramenta, não só de educação em saúde, mas de cuidado integral à saúde das pessoas. Aprendi que sozinho, pouco o fisioterapeuta irá fazer, mas com uma equipe multiprofissional comprometida podemos alcançar inúmeros objetivos em prol da saúde da população. Foi como supervisor de estágio que iniciamos os grupos de fisioterapia coletiva na clínica escola da faculdade (turmas da coluna, idoso, fibromialgia, cegonha, autismo, movimente-se, saúde do trabalhador, vida mais leve), grupos esses que no segundo ano se transformaram em Projetos de Extensão Universitária.
Outra oportunidade foi a de Professor Universitário, essa talvez a mais desafiadora, pois ainda estava no meu primeiro ano de mestrado (Saúde Pública - Unioeste). Aceitei o convite sem hesitar, pois já havia tirado a licença maternidade de uma professora durante um semestre, assumindo todas as suas disciplinas. Agora teria um novo contrato na mesma empresa como professor universitário e minhas próprias disciplinas. Confesso que fiquei extremamente feliz com a oportunidade, pois há exatamente 7 anos atrás decidi que seria um dia professor de universidade, ou seja, agora um objetivo de vida estava se concretizando. Minha trajetória acadêmica me impulsionou a ser hoje um professor, já no primeiro ano de graduação me envolvi com linhas de pesquisa e monitoria de disciplinas, daí em diante foram todos os anos da graduação trabalhando com linha de pesquisa e monitoria de disciplinas. Isso fez com que desenvolvesse minha habilidade de ensino e aprendizagem, além da habilidade de escrita e pesquisa.
Hoje, posso dizer que tenho muito orgulho de ser fisioterapeuta, tenho algumas especializações e cursando o mestrado, mas minha vivência como residente foi um "divisor de águas" em minha trajetória profissional. Acho que faria tudo de novo se tivesse oportunidade, não mais pelo valor da bolsa, mas pelas experiências vividas. Alguns vão entrar e não vão conseguir terminar, outros vão estar insatisfeitos com o serviço público, outros vão odiar o serviço público, mas digo uma coisa certa, se você ama pessoas e não coisas, você está indo para um caminho certo, então, seja um residente e desfrute das oportunidades que virão, e um dia me diga se realmente valeu a pena.