Apoio Matricial e Equipe de Referência
Hoje foi discutido com a equipe multiprofissional do NASF o tema do Apoio Matricial e Equipe de Referência. A reunião de equipe acontece todas as terças pela manhã e segue a seguinte dinâmica: Estudo em grupo e reunião de planejamento.
O termo apoio matricial é composto por dois conceitos operadores. O segundo deles – matricial – indica uma mudança radical de posição do especialista em relação ao profissional que demanda seu apoio. Na teoria de sistemas de saúde, há o princípio da hierarquização, em que se prevê uma diferença de autoridade entre quem encaminha um caso e quem o recebe; o nível primário dirige-se ao secundário e assim sucessivamente, havendo ainda uma transferência de responsabilidade quando do encaminhamento. Tratar-se-ia de relações do tipo vertical, em que a comunicação entre os níveis ocorre por meio de informes escritos – no caso, a planilha de referência –, apenas para transferir uma responsabilidade e receber algum informe ao final do procedimento – o formulário de contra-referência. Esse estilo de relação entre trabalhadores foi concebido pela administração clássica, induzindo sistemas burocráticos e pouco dinâmicos. Ao criticar esse modelo de gestão do trabalho, alguns teóricos sugeriram pensar-se as organizações como uma matriz, em que a inevitável departamentalização, que estipula uma linha de comando e de gestão vertical, induzindo uma fragmentação do processo de trabalho, poderia ter seus efeitos atenuados se fossem criadas ações horizontais que atingissem vários desses
departamentos. Pensavam em projetos, comissões ou supervisores que atuassem de maneira horizontal, em vários departamentos, mas sem autoridade gerencial sobre as pessoas que constituem esses departamentos.
Gastão e Ana. Apoio matricial e equipe de referência: uma
metodologia para gestão do trabalho
interdisciplinar em saúde. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(2):399-407, fev, 2007.
Reflexão: O diálogo constante com a equipe, a construção de um modelo de gestão onde todos estejam envolvidos na solução de problemas, a comunicação eficaz entre a equipe, a gestão do trabalho interdisciplinar, uma relação longitudinal com a equipe e usuários, ações horizontais, todos esses ainda são desafios encontrados na saúde pública.
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